A hora de dormir pode se tornar um grande pesadelo para muita gente, cercado de angústia e do sentimento de cansaço eterno.
A dificuldade de pegar no sono ou a falta de um sono profundo de verdade pode afetar muito o dia a dia, pois o corpo não consegue descansar de fato e a rotina fica muito mais exaustiva.
Por isso, tanto a insônia quanto os momentos de sono profundo são importantes foco de estudo de muitos pesquisadores da área, que buscam estudar mais especificamente esses problemas com o sono.
A Medicina do Sono busca sempre entender melhor como funciona esse momento em nosso cérebro e entender que melhorias podem ser feitas para que a qualidade de vida aumente.
Entenda, a seguir, como o cérebro funciona durante a noite e quais os avanços que podem ajudar você a dormir melhor.
Como o cérebro funciona durante o sono
Dormir bem é um dos pilares do bem-estar, assim como praticar exercícios e ter uma alimentação equilibrada, e traz inúmeros benefícios à saúde física e mental. Mas como se explica toda essa influência do sono em nosso corpo?
Quando dormimos, nosso cérebro reorganiza as informações do dia e também manda impulsos que funcionam quase como uma “reiniciação do sistema”, indicando que o corpo pode:
- relaxar os músculos (menos dores e desconfortos);
- diminuir a frequência cardíaca (ajuda na saúde do coração);
- regular a produção e liberação de todos os hormônios;
- reorganizar as informações que ficarão na memória ou não;
- conectar novos neurônios para desenvolvimento do cérebro;
- ajudar o cérebro a descansar de verdade e estar preparado para um novo dia.
Quando o sono não acontece ou é muito interrompido, o cérebro não consegue realizar suas funções e revigorar o corpo e a mente de verdade.
Com isso, aumenta-se a sensação de cansaço, a ansiedade, a confusão mental e a improdutividade. Tudo isso também pode levar a problemas físicos, como aumento da pressão arterial e doenças cardíacas.
As fases do sono
Por ter tantas “funções” em nossa saúde, o sono acaba sendo dividido em fases, entre o momento em que é mais leve e o mais pesado (sono profundo). Em cada uma desses períodos ocorrem funções diferentes dentro da mente.
O ciclo do sono é dividido em dois grandes grupos, que se repetem de quatro a seis vezes durante a noite:
- sono NREM (movimento não-rápido dos olhos): dividido em quatro estágios que levam ao sono REM.
- sono REM (movimento rápido dos olhos): momento de maior atividade cerebral, quando acontecem os sonhos, as memórias são armazenadas.
O sono NREM conta com quatro estágios, que gradualmente levam a pessoa ao sono profundo e até o sono REM:
- Estágio 1: o momento em que o relaxamento começa, quando a pessoa está na transição entre o acordado e o sono. Nesse momento, qualquer estímulo pode acordá-la e fazer perder o sono.
- Estágio 2: o sono se torna mais profundo de maneira gradual, até que os estímulos externos não sejam mais percebidos. Nesse momento há uma relaxamento maior e a atividade cardíaca é reduzida, os músculos relaxam e a temperatura corporal baixa;
- Estágio 3: momento de transição para um sono mais profundo.
- Estágio 4: é o sono profundo em si, a fase mais profunda de todas, momento em que os hormônios os hormônios do descanso são liberados, assim como os de renovação celular e recuperação. O corpo consegue total relaxamento e a mente se acalma.
Depois desses quatro estágios, que duram cerca de 90 minutos, o ciclo do sono finalmente chega ao sono REM, quando há intensa atividade cerebral. É nesse momento que distúrbios do sono, como pernas inquietas e sonambulismo mais acontecem, pois o cérebro atinge o estágio de vigília, apesar de estar no meio do sono.
Geralmente, quem tem dificuldades com o sono apresenta problema no momento de transição para o sono (pois acaba despertando ou não consegue relaxar para transicionar para ele, levando à insônia) ou não consegue chegar ao sono REM, despertando no meio do NREM.
Avanços médicos para um sono profundo e revigorante
Cerca de 73 milhões de brasileiros têm problemas com o sono, segundo a Associação Brasileira do Sono (ABS), considerando distúrbios, dificuldade para pegar no sono ou despertar no meio da noite.
Cuidar do sono é considerado uma medida preventiva para evitar muitas outras doenças físicas e mentais, por isso são feitos vários experimentos e estudos que visam encontrar soluções para aqueles que sofrem com isso.
Um desses experimentos foi feito na França e teve como foco entender se realmente a intensidade das ondas cerebrais indicam em que momento do sono o indivíduo está e se elas têm relação com a sensação de descanso.
A pesquisa foi feita com 30 voluntários, sendo 10 com problemas de sono e 20 sem. Durante os experimentos, os participantes dormiam e tinham suas ondas cerebrais registradas. Eles foram acordados várias vezes e perguntados sobre sua percepção sobre o sono.
Uma das conclusões do experimento, que ainda contará com outros estudos, é que as pessoas que dormem bem, tiveram uma percepção de sono mais leve na fase NREM e mais profundo na REM, o que vai “contra” o que realmente acontece fisiologicamente.
Segundo os pesquisadores, isso pode indicar que a intensidade das ondas cerebrais não necessariamente indica sobre a qualidade do sono em si.
Para os que sofriam com insônia, o sono REM era considerado mais leve e as fases de NREM de sono mais profundo, o que em alguns casos também não refletiu na frequência das ondas cerebrais.
Esse tipo de informação é relevante para que a Medicina do Sono consiga criar novas maneiras de melhorar a qualidade do sono, seja com fármacos ou terapias.
Conhecer a fundo como é seu sono é um passo importante para encontrar soluções e finalmente conseguir ter um sono profundo e revigorante.
Faça um Diagnóstico do Sono e receba um relatório completo sobre como está sendo o seu sono, além de dicas e soluções para dormir melhor. Lembre-se: caso sinta necessidade depois de ver o relatório, busque a ajuda de um médico especialista.